Tristeza
ou Depressão: Como Diferenciar e
Quando Buscar Ajuda?

 

 

A tristeza é uma emoção natural e inevitável, que todos
experimentamos em algum momento da vida. Ela pode surgir diante de
perdas, frustrações ou desafios cotidianos, como o término de um
relacionamento, um conflito familiar ou uma dificuldade financeira.
Na maior parte das vezes, esse sentimento é proporcional ao que
aconteceu, não impede a pessoa de realizar suas atividades e vai
diminuindo com o tempo, especialmente quando há apoio emocional, uma
rede de contatos acolhedora e hábitos de vida saudáveis.

No entanto, existem situações em que o sofrimento se torna mais
intenso, prolongado e incapacitante, podendo indicar a presença de
um transtorno psiquiátrico, como a depressão ou o transtorno de
ajustamento. A depressão é um transtorno de humor caracterizado por
tristeza profunda e persistente, ou pela perda de interesse e prazer
nas atividades, que dura pelo menos duas semanas consecutivas. Não é
apenas um “desânimo passageiro”, mas um quadro que compromete
significativamente o trabalho, os estudos, os relacionamentos e até
o autocuidado. Entre os sintomas mais comuns estão alterações no
sono (insônia ou sono excessivo), mudanças no apetite e peso,
fadiga, dificuldade de concentração, sentimentos de inutilidade,
desesperança ou culpa exagerada, além de pensamentos sobre morte ou
suicídio. Suas causas costumam envolver uma combinação de fatores
biológicos, psicológicos e sociais, e o tratamento requer
acompanhamento profissional, podendo incluir psicoterapia,
medicamentos antidepressivos e mudanças no estilo de vida.

O transtorno de ajustamento, por sua vez, acontece quando a pessoa
apresenta uma resposta emocional desproporcional a um evento
estressante específico. Os sintomas surgem até três meses após o
fator desencadeante e, diferentemente da depressão, estão
diretamente relacionados ao problema vivido. Por exemplo, após a
perda de um emprego, a separação conjugal ou uma mudança de
cidade, podem aparecer tristeza, ansiedade, irritabilidade, insônia,
baixa motivação e dificuldade de adaptação social ou
profissional. Nesses casos, a pessoa tende a ficar mentalmente presa
ao acontecimento, revivendo-o ou pensando constantemente nas
consequências, o que dificulta seguir adiante. Apesar de provocar
sofrimento e prejuízos na rotina, o transtorno de ajustamento não
preenche todos os critérios para um episódio depressivo maior. O
tratamento costuma envolver psicoterapia para desenvolver estratégias
de enfrentamento e apoio social, podendo incluir, em alguns casos, o
uso temporário de medicamentos para aliviar sintomas mais intensos.

É importante buscar ajuda profissional quando a tristeza é
intensa e persistente, quando há prejuízo nas atividades diárias,
quando surgem pensamentos de desesperança ou de morte, ou quando se
percebe dificuldade para lidar com mudanças e situações
estressantes. Passar por momentos difíceis faz parte da vida, mas
isso não significa que seja preciso enfrentar tudo sozinho. O
acompanhamento adequado com um médico psiquiatra ou psicólogo pode
fazer a diferença, ajudando a superar o sofrimento, recuperar o
equilíbrio emocional e prevenir complicações.